A Casa das Orquídeas – Lucinda Riley

A resenha da vez é do livro “A Casa das Orquídeas“, cedido pela editora Novo Conceito (Obrigada!), o livro é  lindo e como disse a minha querida Paloma Viricio (Jornalismo na Alma) em sua caixinha de correio, trata-se, realmente, de uma verdadeira “enciclopédia romântica”. O livro é um pouco grande, mas a história é leve e a leitura acontece suavemente. Confiram a resenha:

Com o título original “Hothouse flowers” foi escrito por Lucinda Riley e publicado primordialmente em 2011 (no Brasil foi neste ano, 2012). Lucinda é natural da Irlanda, viveu em Londres, tornou-se atriz e trabalhou com teatro, cinema e televisão.

A Casa das Orquídeas”, conta em plano principal a história de Júlia Forrester, uma pianista famosa que após perder o marido e o filho em um trágico acidente de carro, vê seu ‘mundo’ desmoronar. Ela, sem chão, decide se isolar e perder o contato com tudo aquilo que lembrava seus amores, e assim ela fica por vários meses entorpecida.

“Ela estava simplesmente, entorpecida. Sim, estava comendo, dormindo, conversando… Mas, por dentro, se sentia oca. Um espaço escuro e sem nada. (p.499)

Entretanto é nessa letargia que Júlia se reencontra com lorde Christopher Crawford, ou simplesmente Kit, que é o atual proprietário de Wharton Park, uma propriedade próxima ao chalé em que ela se ‘exilou’. Kit é lindo, educado – um lorde – mas a propriedade que herdou da tia está em ruínas e ele não tem como mantê-la e decide coloca-la à venda.

Só que Kit encontra um diário, da época da Segunda Guerra Mundial, que ele julga ser de Bill, avô de Júlia, então ele o entrega a ela. É por causa desse diário que Júlia busca sua avó Elsie e ela lhe conta a história da família Crawford, que como toda família tem seus segredos. Em especial, essa família tem nos antepassados um segredo de amor, uma história de dor, dedicação e renúncia, onde todos saíram machucados.

A segunda história que é contada no livro ocorreu há muitos anos atrás entre o período antes e pós-Segunda Guerra em que figuram como personagens Harry, Olívia e Lídia.

“[…] quando você mexe em um segredo do passado, é como se abrisse as comportas de uma represa. Sei que você já deve ter escutado isso muitas vezes, mas, meu anjo, é verdade… Porque a água cai e se espalha por lugares que você não esperava.” (p. 463)

Muitos segredos e mistérios são colocados em cheque a partir dessa história e, por conseguinte, esta história tem o poder de mudar o futuro. Amores mal resolvidos perseguem as gerações da família Crawford.

O livro é marcado pela intensidade e frieza de sentimentos exacerbados, ademais a obra é marcadamente compassada pela música e poesia. É, também, dividida em duas partes que ressaltam essa intensidade e frieza, são elas: Parte 1: Inverno e Parte 2: Verão. O Inverno frio, solitário e incerto, que representa as perdas. O Verão cheio de vida, que traz no aroma das flores – das orquídeas – o amor, nascido da maneira mais inesperada e intensa. A vida é como uma fênix que se reconstitui das cizas. É chama, é fogo que não se apaga.

A narrativa em terceira pessoa também dá espaço para partes narradas em primeira pessoa que trazem os pensamentos e sentimentos interiores de Júlia. A leitura torna-se agradável e o virar de páginas torna-se constante e quase imperceptível, quando menos percebemos o livro já chegou ao final!

A Casa das Orquídeas” é uma obra muito detalhada, cuja história e personagens são intensos e tão reais que carregam suas próprias feridas e cicatrizes. O passado precisa ser reconstituído e o futuro construído. É isso o que encontramos no livro: um fim e um recomeço. Toda velha história precisa ter um fim para dar inicio a uma nova. Um livro surpreendente, encantador e cheio surpresas!

Uma obra mais do que indicada para todos os apaixonados e para os que acreditam que o amor é tão bonito como uma flor, que florece quando é bem tratada e cujo perfume exalado inebria a todos!