Resenha: Eu acredito que boa parte das pessoas que amam filmes de fantasia e principalmente literatura fantástica tenha assistido em algum momento aos filmes do “Conan: O Bárbaro” ou mesmo já tenha lido algo sobre o bárbaro cimério, personagem criado pelo escritor estadunidense Robert E. Howard. O livro conta com o romance “A Hora do Dragão” e mais três contos inéditos até o ano dessa publicação: “Além do Rio Negro”, “As negras noites de Zamboula” e “Os Profetas do Círculo Negro”.
“As longas velas bruxulearam, enviando sombras negras que ondulavam ao longo das paredes, e os tapetes de veludo se agitaram. No entanto, não havi vento na câmara. Quatro homens circundavam a mesa escura na qual se encontrava o sarcófago verde, que brilhava como jade esculpido. Na mão direita erguida de cada homem uma vela negra queimava com uma estranha luz esverdeada. Lá fora era noite, e um vento incessante soprava por entre as árvores negras.” p. 3.
Em “A Hora do Dragão” Conan é o Rei da Aquilônia, amado por seu povo e temido pelos inimigos, ele se prepara para uma grande batalha, porém ele é misteriosamente afetado por uma doença que o deixa paralisado. Incapacitado de liderar o seu exército, o Rei da Aquilônia fica preocupado com a moral dos seus guerreiros e por isso Conan decide enviar um sósia no seu lugar para o campo de batalha. Mas nem tudo são flores e o seu plano vai de mal a pior e o seu sósia acaba morrendo em um desabamento de rochas. Quando ele consegue se recuperar da doença que o afligiu, já é tarde demais, pois o seu exército acredita que ele está morto e que o trono vazio.
“Se houve sorriso cínicos em determinadas aldeias e sussurros preocupados com o bom amigo do rei, Almaric, cuja vasta riqueza pessoal parecia estar fluindo para o depauperado tesouro real, eles passaram despercebidos pelo fervor e zelo amplificados pela popularidade de Tarascus […]” p. 13.
Com o exército dissipado e todos acreditando na morte do Rei, Conan acaba sendo deposto pelo bruxo Xaltotun que retornou da morte por meio de uma poderosa e preciosa pedra chamada Coração de Ahriman. O reino de Conan acaba sendo devastado pelos guerreiros de Nemédia e, foragido, Conan não aceita a sua nova condição, não aceita ver o seu reino e seu povo sendo subjugado, além disso ele não quer voltar a ser um mercenário e por isso quer a qualquer custo retomar o seu trono e reconquistar o seu reino, algo que lhe foi tirado por meio de um plano magistralmente arquitetado. Para reconquistar o trono e derrotar Xaltotun, o cimério deverá localizar uma arma poderosa, a única capaz que derrotar o bruxo, mas para isso ele precisa percorrer meio mundo e enfrentar perigos diversos.
Opinião: Robert Howard apresenta uma narrativa rica e muito bem contextualizada, contudo preciso fazer uma ressalva, Howard retrata os povos bárbaros como aqueles que cometem as maiores atrocidades e crueldades, esses povos foram descritos por ele como escuros ou negros, isso é um ponto negativo, pois foi uma escolha infeliz. Conan é um personagem fascinante e foi imortalizado na literatura mundial, bem como nos cinemas por Arnold Schwarzenegger. Em um primeiro momento acreditamos que o personagem é apenas um homem bruto, um homem simples, de fato ele apresenta essas características, mas ele está longe de parar por ai.
Deixe uma resposta
Ver comentários