[CRÍTICA] BRIGHT

Dirigido por David Ayer (Esquadrão Suicida e Corações de Ferro); Bright é uma aposta da Netflix. Orçada em 90 milhões de dólares, o longa conta com nomes de peso em seu elenco como: Will Smith, Joel Edgerton, Noomi Rapace e Edgar Ramirez. Bright mescla os gêneros ação, suspense e fantasia, este último através de diversas raças, entre elas os humanos, elfos, orcs, centauros, fadas e até mesmo dragões, tudo isso disposto e ambientado em ruas sombrias com muita chuva na cidade de Los Angeles e para piorar a situação os protagonistas são policiais, digo para “piorar” tendo em vista que a população da cidade não confia na polícia local.

O longa inicia demonstrando a vida de Daryl Ward (Will Smith), um humano policial que acompanhado por seu companheiro Nick Jakoby (Edgerton) e primeiro Orc policial, acaba sendo alvejado em uma ronda rotineira. Durante a fuga do criminoso, Nick Jakoby parte em busca do orc que atentou contra a vida de Ward, porém ele comete diversos erros e o criminoso acaba fugindo, isso cria um certo conflito entre os companheiros e para piorar a situação, Jakoby é alvo frequente de deboches e hostilidades dos outros policiais humanos e também dos Orcs.

Em certo momento surge no caminho da dupla uma jovem elfa chamada Tikka (Lucy Fry) que está em posse de uma relíquia poderosa (varinha mágica) que deveria estar esquecida, mas que em mãos erradas tem o poder de destruir todo o mundo. Piorando a situação, existe uma profecia sobre essa varinha e a possibilidade de trazer à Terra um ser extremamente poderoso conhecido como “O Senhor das Trevas”, capaz de trazer a destruição para o planeta. Ward e Jakoby passam proteger a elfa, enquanto isso um trio de Elfos extremamente poderosos do clã Inferni liderados por Leilah, partem em busca da varinha destruindo tudo que está pela frente. Mas o trio não está sozinho, pois Kandomere (Edgar Ramirez) lidera os federais e busca eliminar de uma vez por todas a elfa Leilah.

Opinião: Bright é um filme que poderia oferecer mais pelo elenco que tem, existe uma química muito boa entre Smith e Edgerton com alguns momentos em que o humor dá a tona. Ward é um policial que até certo ponto se apega aos conceitos da profissão, mas não está imune à corrupção. Jackoby é um orc que em princípio sugere ser ignorante, contudo, por ele ser novato quer demonstrar ser bom no serviço, quer andar na linha e seguir as regras e através da sua índole que Ward é guiado.

David Ayer insere em bright diversas críticas socias em meio a esse universo fantástico, algo que pode ser representado por meio do preconceito racial, tendo em vista que no filme os orcs são vistos como seres inferiores e os elfos são tidos como seres superiores, há também uma crítica em relação a violência policial, a violência urbana. As raças por exemplo foram pouco exploradas e trabalhadas, não há um histórico sobre elas, como ocorreu essa divisão em castas envolvendo os humanos, elfos ou orcs. Bright tem diversas cenas de ações, mas nenhuma em especial ficou espetacular ou de tirar o fôlego, todas as cenas possuem uma fotografia escura, além disso as coreografias nas cenas de ação são razoáveis.

A mitologia apresentada em Bright é legal, mas carece de aprofundamento. No geral esse é um bom filme, é divertido, mas não é sensacional. Fica como destaque a carismática dupla formada por Will Smith e Joel Edgerton que salvam esse filme de fantasia policial. Bright é na verdade uma grande e boa aventura policial que pode ser assistida de forma despretensiosa. O filme está disponível na Netflix e a empresa oficializou a produção da sequência; Bright 2.