O CORUJA – ALUÍSIO AZEVEDO

Sinopse: A Coleção Clássicos Ateliê dá a público sua edição de O Coruja, romance de Aluísio Azevedo. Uma história em que há algo de patético, trágico e alegórico. Trata-se de uma edição criteriosa quanto ao estabelecimento do texto do autor, com atualização mediante o Acordo Ortográfico de 1990. Notas editoriais foram acrescidas, sobretudo, em vista do leitor em formação. Um ensaio luminoso de Maria Schtine Viana antecede o texto da obra, esclarecendo aspectos críticos relevantes e inerentes à narrativa. Destaca-se também um posfácio com informações sobre a vida e a obra de Aluísio Azevedo com farta iconografia. Maria Schtine Viana atualmente é investigadora do Centro de Humanidades da Universidade Nova de Lisboa (CHAM-UNL) e membro do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT-UNL). O volume se enriquece com as ilustrações do artista plástico Kaio Romero. Apresentação e Posfácio: Maria Schtine Viana Estabelecimento de Texto e Notas: José de Paula Ramos Jr. e Maria Schtine Viana Ilustrações: Kaio Romero

Resenha/Opinião: Escrito por Aluísio Azevedo e publicado originalmente em 1885 no formato de folhetim, “O Coruja” nos apresenta a história de dois rapazes, Teobaldo e André, esse último conhecido como o “Coruja”. Órfão desde a infância, André é considerado um rapaz antipático e feio, mas apesar de não possuir qualquer característica física que salte aos olhos, ele demonstra ter um caráter ímpar.
Criado por um padre em sua infância, foi justamente nesse período ganhou a alcunha de “coruja” por ser esquisito e principalmente antissocial. Aliás, é na escola que ele conhece Teobaldo, um rapaz que tem uma vida completamente oposta a sua, pois Teobaldo é considerado bonito, rico e já viajou para diversos lugares. Contudo, essas diferenças físicas e sociais não impedem a aproximação dos dois e com o passar do tempo uma forte amizade surge e eles se tornam inseparáveis.
Com o passar dos anos e mesmo após saírem da escola, a amizade entre André e Teobaldo segue firme. O “Coruja” continua demonstrando os mesmo valores que apresentava na infância, ele continua demonstrando o seu caráter, seriedade e determinação. Por outro lado, Teobaldo também continua sendo uma pessoa mimada. Contudo, o destino costuma prega peças e com a morte de seus pais, Teobaldo para manter o status social que sempre teve, se vê em um beco sem saída, ele precisa se casar por “conveniência”, ou seja, um casamento arranjado. É em Bianca que ele vê uma oportunidade de ouro, pois ela é filha de um importante Comendador, um homem de posses.
Após se casar com Bianca é esperado que o comportamento de Teobaldo mude, mas ele leva a vida do mesmo jeito, sem grandes responsabilidades. Enquanto isso, o Coruja leva uma vida modesta e precisa enfrentar algumas dificuldades em sua vida, o que inclui ajudar o seu amigo Teobaldo.
André ainda era considerado inferior pelas outras pessoas, só que na verdade, através de seus atos e condutas ele na verdade demonstra ser superior a todos aqueles que tem por ele desprezo, pois ainda que façam pouco de si, ele está sempre disposto a se sacrificar, bem como renunciar aos seus sonhos e vontades para ajudar aqueles que precisam, independentemente de receber algo em troca, pois na verdade tudo o que ele fazia era apenas para ajudar o próximo.